sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NÃO POSSO MORRER HOJE

Não posso morrer hoje,
tenho compromissos a que não posso faltar,
remédios a engolir,
livros para comprar.
Preciso correr no Parque,
quarenta minutos,
me fez a prédica a médica.
Tenho hora marcada com o dentista,
o cardiologista,
o que mais, onde botei a lista?
O eu dia está cheio,
e a minha vida, espero, pelo meio.
A refeição está combinada,
almoço camarão com aipim,
que a amada vai fazer pra mim.
E um Andanza Reserva 89
que assim o mundo se move.
Depois do almoço
não venham à minha casa,
é hora de eu criar asas
fazendo amor,
depois, um panatela e um vinho do Porto,
que não estou morto.
Não, não posso morrer hoje,
nem pensem nisso,
morram os que não tem o compromisso
de escrever mais um poema
ou ir ao cinema

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