terça-feira, 6 de janeiro de 2009

UM CORPO, O POEMA

Poema de Gilberto Wallace Battilana
A minha mão entre a tua saia e a tua pele
me causa a mesma sensação de quando roço o papel
acariciando o poema. O mais puro prazer sensual
se faz pensamento em busca da beleza
numa contemplação atenta e inquieta,
e beijo a tua boca, tateio o teu seio,
procurando no poema o veio racional.
E avanço, num jogo duplo, desdobramento natural
no qual nem o que sobra me é alheio,
quero mais, sem desistência,
minha vontade perseguindo o verso
e revelando a mulher, paradoxal
fotografia captada pelo poema numa aparente
incoerência,
regras e estruturas, ritmos e imagens, desenham
a descoberta da arquitetura do teu corpo, esfinge
de cristal.



Um comentário:

Maura Milcharek disse...

Que lindo Poema!
Emocionou-me de fato...
Transpira sensiblilidae...
Parabéns!
Abração da Maura